Principais idéias do texto: Educação Escolar de Pessoas com Surdez
– Atendimento Educacional Especializado em Construção
Há muitos anos, as discussões a
respeito da educação de pessoas com surdez giram em torno apenas do embate
entre gestualistas e oralistas, e na utilização de uma língua ou de outra,
deixando de lado questões fundamentais como a qualidade e eficiência das
práticas pedagógicas utilizadas com esses alunos e o real aprendizado ao qual
os mesmos estão tendo acesso. Apesar da nova Política de Educação Especial na
Perspectiva Inclusiva,
“...
muitas
questões e desafios ainda estão para ser discutidos, muitas propostas,
principalmente no espaço escolar, precisam ser revistas e algumas tomadas de
posição e bases epistemológicas precisam ficar mais claras, para que,
realmente, as práticas de ensino e aprendizagem na escola comum pública e
também privada apresentem caminhos consistentes e produtivos para a educação de
pessoas com surdez.”
É
preciso compreender a pessoa surda além dos marcadores identitários (cultura
surda, identidade surda, língua surda e sujeito surdo), pois os mesmos provocam
“... dicotomizações que separam as pessoas com surdez das
pessoas ouvintes, negligenciando o potencial e a capacidade notórias e visíveis
que elas possuem.”. Entendemos a pessoa com surdez como sujeito com
potencialidades a serem estimuladas e desenvolvidas.
Para tanto, necessitam de ferramentas e práticas pedagógicas eficazes que podem
e devem ser desenvolvidas a partir de discussões e estudos que vão além da
escolha da língua.
“É preciso construir um campo de comunicação
e interação amplo, possibilitando que as línguas tenham o seu lugar de
destaque, mas que não sejam o centro de tudo o que acontece nesse processo.
Aí, deve-se discutir a presença
obrigatória de quem age, produz sentido e interage: a pessoa com surdez.”
Sabemos que a aquisição da língua de sinais, apesar de ser
de fundamental importancia, não garante
a aprendizagem significativa. Quanto ao bilinguismo, apesar de estar contido na
atual Política da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, e ser
considerado atualmente a abordagem que oferta maiores possibilidades ao aluno
surdo, há também muito o que se discutir, pois são apontadas ainda várias
contradições a respeito de sua utilização. O que sabemos é que, mais do que a
utilização desta ou daquela língua, ...as pessoas com surdez precisam de ambientes
educacionais estimuladores, que desafiem o pensamento e exercitem a capacidade
perceptivo-cognitiva.
Referencias
Bibliográficas
DAMÁZIO Mirlene Ferreira
Macedo, FERREIRA Josimário de Paulo. Educação Escolar de Pessoas com Surdez - Atendimento
Educacional Especializado em Construção. Revista Inclusão – MEC, p. 46 – 57,
janeiro – julho, 2010.