segunda-feira, 24 de março de 2014

Principais idéias do texto: Educação Escolar de Pessoas com Surdez – Atendimento Educacional Especializado em Construção

Há muitos anos, as discussões a respeito da educação de pessoas com surdez giram em torno apenas do embate entre gestualistas e oralistas, e na utilização de uma língua ou de outra, deixando de lado questões fundamentais como a qualidade e eficiência das práticas pedagógicas utilizadas com esses alunos e o real aprendizado ao qual os mesmos estão tendo acesso. Apesar da nova Política de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva,


   “... muitas questões e desafios ainda estão para ser discutidos, muitas propostas, principalmente no espaço escolar, precisam ser revistas e algumas tomadas de posição e bases epistemológicas precisam ficar mais claras, para que, realmente, as práticas de ensino e aprendizagem na escola comum pública e também privada apresentem caminhos consistentes e produtivos para a educação de pessoas com surdez.


É preciso compreender a pessoa surda além dos marcadores identitários (cultura surda, identidade surda, língua surda e sujeito surdo), pois os mesmos provocam “... dicotomizações que separam as pessoas com surdez das pessoas ouvintes, negligenciando o potencial e a capacidade notórias e visíveis que elas possuem.”. Entendemos a pessoa com surdez como sujeito com potencialidades a serem estimuladas e desenvolvidas. Para tanto, necessitam de ferramentas e práticas pedagógicas eficazes que podem e devem ser desenvolvidas a partir de discussões e estudos que vão além da escolha da língua.


“É preciso construir um campo de comunicação e interação amplo, possibilitando que as línguas tenham o seu lugar de destaque, mas que não sejam o centro de tudo o que acontece nesse processo. Aí,  deve-se discutir a presença obrigatória de quem age, produz sentido e interage:  a pessoa com surdez.”



Sabemos que a aquisição da língua de sinais, apesar de ser de fundamental importancia,  não garante a aprendizagem significativa. Quanto ao bilinguismo, apesar de estar contido na atual Política da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, e ser considerado atualmente a abordagem que oferta maiores possibilidades ao aluno surdo, há também muito o que se discutir, pois são apontadas ainda várias contradições a respeito de sua utilização. O que sabemos é que, mais do que a utilização desta ou daquela língua, ...as pessoas com surdez precisam de ambientes educacionais estimuladores, que desafiem o pensamento e exercitem a capacidade perceptivo-cognitiva.



Referencias  Bibliográficas


DAMÁZIO Mirlene Ferreira Macedo, FERREIRA Josimário de Paulo. Educação Escolar de Pessoas com Surdez - Atendimento Educacional Especializado em Construção. Revista Inclusão – MEC, p. 46 – 57, janeiro – julho, 2010.