segunda-feira, 28 de abril de 2014


DEFICIENCIA MULTIPLA E SURDOCEGUEIRA: semelhanças e diferenças.
A surdocegueira e a deficiência múltipla se assemelham em muitos aspectos. Ambas são condições que geram grandes dificuldades no desenvolvimento da comunicação e no contato com o meio, necessitando para isso da mediação de terceiros. Assim como existem semelhanças entre ambas, existem também diferenças. A surdocegueira “é uma condição única e o impacto da perda dupla é multiplicativo e não aditivo” Lagati (1995, p.306). No caso da deficiência múltipla, as pessoas “têm mais de uma deficiência associada. É uma condição heterogenia que indica diferentes grupos de pessoas, revelando associações diversas de deficiências que afetam, mais ou menos intensamente, o funcionamento individual e o relacionamento social”(MEC/SEESP, 2002).
Como já foi dito, tanto a surdocegueira como a deficiência múltipla apresentam déficit na comunicação e no contato com o meio. Sendo assim, todos os trabalhos realizados com estes alunos envolvem o desenvolvimento de um sistema de comunicação estruturado e a interação com o meio ambiente. Dessa forma, entre as mesmas, as necessidades são semelhantes, bem como as estratégias para a aquisição da comunicação. Para ambas, faz-se necessário:
  • Favorecer o desenvolvimento do esquema corporal:
Para que a pessoa possa se auto perceber e perceber o mundo exterior, devemos buscar a sua verticalidade, o equilíbrio postural, a articulação e a harmonização de seus movimentos; o aperfeiçoamento de suas coordenações viso motora, motora global e fina; e o desenvolvimento da força muscular”. Bosco (2010, p. 11).
  • Aprender a utilizar as duas mãos, tanto para tentar minimizar estereotipias motoras como para desenvolver um sistema de comunicação estruturado;

  • Recursos para favorecer a aquisição da linguagem estruturada no registro simbólico, verbal ou gestual.

Quanto às estratégias comuns para a aquisição da comunicação, podemos citar:
  • Objetos de referencia pessoal do aluno, dos amigos, da professora e das atividades, que podem ser objetos, réplicas ou miniaturas;

  • Caixas de antecipação que (no caso dos alunos que não possuem nenhum sistema formal de comunicação) permitem conhecer os primeiros objetos de referencia, as primeiras palavras e que anteciparão as atividades;

  • Calendário, que permite: a elaboração da noção de tempo; a compreensão e o estabelecimento de rotinas; o desenvolvimento da comunicação; o ensino de conceitos temporais abstratos e a ampliação do vocabulário.

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