O Atendimento Educacional Especializado deve atender às necessidades educacionais especiais dos alunos com deficiência, TGD's e Altas Habilidades. O professor do AEE tem como função elaborar e realizar o plano de AEE; realizar a interlocução com o professor da sala de aula comum; realizar a articulação com os demais atores da comunidade escolar e com a família, visando fomentar a atitude de todos para a inclusão; buscar a aquisição de tecnologias assistivas e demais recursos que promovam a autonomia desses alunos e formar parcerias com áreas intersetoriais para subsidiar a acessibilidade necessária para que haja a verdadeira inclusão.
Devido a esta grande gama de atribuições, quase sempre gira em torno do AEE uma excessiva expectativa, como se fosse ele o grande e único responsável pela inclusão. Do professor de AEE são cobradas muitas vezes soluções imediatas de problemáticas que são antes de tudo pedagógicas, cabendo, portanto ao professor titular da sala de aula. Não podendo, todavia, ser considerado o salvador da pátria, que irá solucionar todas as questões e dificuldades que o professor alega serem trazidas pelo aluno com necessidades especiais. Dessa forma, a inclusão não cabe somente ao AEE, ela depende também de muitos outros atores da sociedade, a saber: a comunidade escolar; a família; o poder púbico e seus serviços. O AEE é na verdade o fomentador da inclusão, que só pode se dar através de parcerias e de adesões. Portanto, não é capaz de sozinho, incluir alunos com necessidades educacionais especiais, mas pode e deve buscar as parcerias necessárias para tanto.
Há também muitos equívocos quanto à função do professor do AEE. Ao contrário do que muitos pensam, o professor de AEE não deve dar o reforço de conteúdos tão esperado pelo professor da sala de aula comum que, vivenciando a angústia de conviver com a dificuldade de aprendizagem, muitas vezes vê o professor de AEE como um professor de reforço, que deve trabalhar na sala de recursos os mesmos conteúdos que ele trabalha na sala de aula comum. Portanto, deve se esclarecer que o professor da sala de recursos, ao contrário do professor da sala de aula comum, não trabalha com conteúdos e sim, com a acessibilidade a esses conhecimentos. Ele busca caminhos para viabilizar a aprendizagem, caminhos estes que os alunos com necessidades educacionais especiais não conseguem descobrir sozinhos. Até porque, se permanecesse com a mesma função do professor titular, não traria nada de novo para incrementar esta aprendizagem.
Sandra Helena Castro dos Santos
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